Quando 1 e 1 são 4

Quando 1 e 1 são 4

Foram muitos os anos em que me questionei se seria uma mãe capaz, se seria mãe de todo. Pois bem, a vida mostrou-me por A+B que não só seria mãe, como teria dois rebentos com uma diferença de pouco mais de um ano. 13 meses mais concretamente. E desde então que tem sido um pandemónio. Com 1 filho ainda conseguimos dormir e revezar entre nos e o pai o tempo, ter uma vida social, marital, e claro, uma sanidade mental.Com dois, pura e simplesmente não existe tempo.  Não há tempo para café, banho, pentear... literalmente para nada. Tem dias que não existem noites, as noites são passadas entre biberões, roupa de cama trocadas,vómitos e fraldas e, de manhã quando as coisas parecem acalmar (porque é sempre de manhã...) acorda a princesa mais velha e o dia é passado entre os afazeres normais de quem já tem um filho e que esse filho está na idade das descobertas... não!, sai dai! , não faças isso!, anda com a mãe, vamos aprender a contar, a andar, a falar... banhos, almoços e jantares... mais biberons, mais fraldas, mais vomitos... chega o esperado final do dia, hora de jantar e de caminha... pois bem, às vezes pode chegar a durar 2/3 horas. E quando finalmente a princesa resolve adormecer e penso no tão esperado banho ou prato de jantar, o senhor príncipe acorda e resolve que agora chegou a vez dele. Pois bem, fazemos tudo isso de bom grado e com um sorriso na cara, mas há momentos em que as lágrimas escorrem pela cara. Há dias em que por obra dos anjinhos todos conseguimos por os dois a dormir e voila... não se consegue dormir....  insónias?! (Malditas insónias só aparecem quando não devem). Pois bem a maternidade é a melhor parte de nós, mostra-nos os nossos limites, mostra-nos que somos muito maiores do que alguma vez pensamos ser. Hoje, com os 2 comigo tenho a dizer que são sem duvida o melhor de mim, de nós, do mundo! Não há coisa melhor de ver, de cheirar, de sentir. Mas afirmo com toda a certeza tbm que é a tarefa mais difícil que existe, a mais cansativa. Não é fácil estar 24h com a cabeça no mesmo sítio, sem horas de sono, sem a paciência normal e mesmo assim, quando menos nos apetece andamos km de um lado para o outro a cantar músicas que não nos apercebemos sequer de como e quando as decoramos. Ou ficamos 30 minutos com um prato de comida á frente a cantar para a criatura comer até ao fim, ainda com o vómito do mais novo em cima, porque não nos conseguimos trocar, ou ainda quando porque a criatura mais velha resolve tirar o seu próprio sapato e sai a birra descomunal com direito a esperneanço (que tanto critiquei nos outros) mas hoje especificamente sem forças para contestar. 
Pois bem... há dias e dias, e há dias em que a coisa corre ligeiramente melhor. Mas também há dias como o de hoje, em que tudo acontece e sentamo-nos na nossa cama em tom de desespero, com as lágrimas a escorrer pela cara, e aparece a minha criatura a gatinhar e me dá um abraço com o sorriso mais doce que existe. E no fim do dia, era apenas disso que precisamos para todos estes dias valerem a pena. Agora com as forças restauradas que venham mais birras, mais vómitos, mais insónias! Estas são aquelas contas, as contas de amor que nos fazem ir além daquilo de que nos julgamos capazes. Além fronteiras, de pés juntos e mãos unidas, caminharemos juntos sempre a apreender que está no amor toda a força do universo.  


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