APLV ou intolerância ?

Quando nasce um bebé assume-se logo que a sua alimentação será feita de leite materno. E quando isso não acontece? Existe um estigma enorme á volta desta questão. É do senso comum, que o leite materno é o melhor para os nossos bebés e ele é aconselhado em exclusivo até aos 6 meses. Porém, existem situações que não permitem que isso aconteça. Entre elas está a não produção de leite por parte da mãe, outras vezes, a existência de alguma patologia que não permita a amamentação como a intolerância à lactose. Outras vezes ainda, quando a mãe deixa de ter leite, é necessário fazer a introdução do leite artificial (fórmula) e podem aparecer patologias como a APLV (alergia a proteína do leite de vaca).
São situações para as quais, normalmente não estamos preparadas, e principalmente quando se trata do primeiro filho, podem ser particularmente assustadoras. Como mães, queremos o melhor para os nossos filhos, muitas vezes ouvimos conselhos, ou pedimos opiniões a pessoas mais velhas ou com mais experiência e muitas vezes essas opiniões podem atrasar um possível diagnóstico. Não há ninguém que ao ver um bébé no colo não faça a pergunta: “está mamar do peito?” Pois bem, quando temos que responder que não, acaba sempre vindo o tal olhar reprovador, ou, mesmo aquele belo comentário, que ao sermos bem-educadas, acabamos por optar por não responder.
Quando vemos o nosso filho sofrer, com dores, refluxo, vómitos constantes, gases e sem dormir por dias seguidos, sofremos com ele, e pouco nos importa aquilo que o familiar, a vizinha ou a amiga pensa. Queremos o nosso bébé curado de qualquer forma possível.
A intolerância a lactose ou a APLV podem ser, nos bebés pequenos, fontes de mau estar constante.
As duas patologias (intolerância a lactose e APLV) têm diferenças e embora muita gente as utilize para querer dizer a mesma coisa, deve perceber-se o que as distingue.

INTOLERÂNCIA A LACTOSE

A intolerância a lactose é a dificuldade ou incapacidade de digerir a lactose (açúcar natural presente no leite), sendo que se deve pela baixa produção ou pela inexistência de produção de uma enzima responsável pela digestão do leite – a lactase. Esta incapacidade, reflete-se em sintomas gástricos, sempre que a pessoa consuma um produto que seja a base de leite ou que contenha lactose.
A intolerância a lactose pode ser primária ou secundária. A primeira, bastante rara, acontece quando a pessoa já nasce com esta patologia, e secundária quando a intolerância é adquirida em algum momento após o nascimento, seja ela, em fase infantil ou adulta.
Um bebé que nasça com esta patologia, pode ter o conselho do profissional de saúde que não deve ser alimentado a leite materno, uma vez que este contem mais lactose que as chamadas fórmulas ou leites artificiais. Esta decisão deverá apenas ser considerada sob o aconselhamento do profissional de saúde.
Sintomas:
Os sintomas da intolerância começam normalmente cerca de meia hora após a ingestão de lactose.
Entre os sintomas mais comuns estão as cólicas, a diarreia, vómitos e náuseas, sendo que a gravidade destes sintomas pode estar associada à quantidade de lactose ingerida e ao grau de intolerância. Assim sendo, uma pessoa que não produza lactase, terá sintomas muito mais graves que a pessoa que produz uma baixa quantidade desta enzima.
As pessoas intolerantes a lactose podem em alguns casos, conseguir digerir derivados de leite, como queijos e iogurtes, mas não conseguem, por exemplo digerir um copo de leite.
O diagnóstico 
O diagnóstico é normalmente baseado no historial clínico e poderá ser confirmado com um exame á intolerância (exame de ).

ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE

A alergia a proteína do leite de vaca (APLV) é uma reação do sistema imunológico as proteínas presentes. O sistema imunitário do corpo reconhece as proteínas do leite como sendo um elemento perigoso ao corpo. Sendo bastante comum em crianças e bebés.
Sintomas:
Os sintomas desta patologia estão normalmente associados a sintomas gástricos, da pele e baixo ganho de peso em bebés.
Entre os sintomas mais comuns podemos destacar os vómitos, cólicas, diarreia, refluxo, urticárias ou dermatites, asma, baixo ganho de peso que leva a um crescimento abaixo do esperado em crianças.
Diagnóstico:
O diagnóstico, tal como o da intolerância é realizado através do historial clínico, embora possam ser realizados exames para confirmação.
Normalmente, não são realizados exames de sangue em bebés, pois as alergias podem ser passageiras, sendo que um bebé com APLV pode ter a patologia alterada com o passar do tempo. Por este motivo, normalmente o pediatra retira da alimentação do bebé o leite de vaca, e faz-se uma observação de sintomas durante cerca de duas semanas.
O leite de vaca não esta presente no leite materno desde que a mãe não ingira nenhum alimento com possua esta proteína.
Neste âmbito, sempre que um bébé apresentar algum sintoma gástrico, vómitos, refluxo constante, irritabilidade vermelhidão na pele, deve ser consultado um profissional de saúde. Este profissional de saúde, irá por de parte a hipótese da intolerância, e depois verificar a questão da APLV.
Este profissional irá guiar, a mãe e o pai, para o bem-estar da criança, avaliando cada individualidade, tendo em conta que cada criança é uma criança. Não devemos por isso sentirmo-nos menos mães. Ser mãe é muito mais do que parir e amamentar, ser mãe é cuidar e amar! 

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